RETRATANDO NOSSO PAÍS
Comemoramos por esses dias, a semana da pátria. A palavra pátria nos remete a um lugar idílico e
romântico onde todos os filhos são acolhidos com justiça, igualdade e respeito.
Falando assim, fica até difícil comparar o Brasil, nossa terra-mãe a uma
pátria, não é? ( Leia mais...).
Nosso país tem 513 anos e durante
todo esse tempo, muita coisa já aconteceu. A sociedade brasileira já passou por
muitos momentos e acontecimentos que a história oficial escreveu de uma forma,
mas, que na realidade, não ocorreram da forma como nos foram ensinados. Durante
muito tempo aprendemos a versão romantizada e distorcida dos livros didáticos,
não a realidade.
Nos dias atuais, quando analisamos a situação do nosso país,
vemos abertamente:
A má distribuição de renda em que uma
minoria tem muito dinheiro e ostenta riqueza exagerada enquanto a grande
maioria da população ganha o suficiente apenas para a subsistência.
A classe média, além de sofrer com o
peso dos impostos e se deparar, desesperada, com o aumento de uma inflação que se traduz, principalmente no preço dos
alimentos, ainda tem que arcar com todos
os benefícios dados pelo governo às classes mais pobres. Muitas pessoas vivem
apenas com o dinheiro do “ bolsa família ”, ou seja, vivem no assistencialismo,
e não se preocupam em trabalhar ou estudar a fim de conseguir um bom emprego, ter autonomia e qualidade de
vida.
A escalada da violência mostra que,
cada vez mais, crianças e adolescentes tem sido aliciados para o crime porque
são inimputáveis, ou seja, não cometem crimes, só infrações. É um daqueles
exemplos de leis malfeitas e inconsequentes que só mancham a reputação do país
lá fora.
Políticos, em todas as esferas, estão
se esbaldando na corrupção e promovendo uma verdadeira farra com o dinheiro
público, dinheiro este, advindo dos nossos impostos.
O funcionalismo público está repleto
de fiscais, juízes e servidores desonestos que, mediante propina, permitem que
obras e ações irregulares e erradas sejam aprovadas, legitimadas e executadas.
A educação pública está tão
desmoralizada e desacreditada que a escola se transformou num depósito de
crianças que chegam ao final do processo quase tão sem instrução como quando
entraram na escola. Estão se tornando verdadeiros analfabetos funcionais. Os professores
se transformaram em capachos dos pais e dos alunos. São tratados como criados
que tem a obrigação de aturar desaforos, insolências e outros insultos em troca
de um salário indigno.
Muitas vezes, esses profissionais não
têm apoio algum, ou seja, suporte e estrutura necessários para cumprir o que
lhes foi proposto. E não nos esqueçamos de que a instituição “escola” é
responsável por, além de dar conta de
ensinar a ler e escrever, dar diretrizes envolvendo: boas maneiras, dicas de higiene, orientação
contra o uso de drogas e do alcoolismo, instruções a respeito de sexualidade e doenças sexualmente
transmissíveis, enfim, todos os projetos do governo são “despejados” para as escolas para que elas os
desenvolvam.
O professor tem uma carga muito
grande para carregar e vive de mãos atadas, sem autoridade, sem voz ativa, sem
nada. Tem-se a impressão de que é melhor que as pessoas sejam ignorantes e sem
instrução. É mais fácil enganar e manipular pessoas assim, pois numa sociedade
massificada pelos meios de comunicação, é preferível que as pessoas sejam
alienadas, afinal de contas, um povo alienado é um povo sem cultura, sem
conhecimento. É um povo que não pensa por si próprio, simplesmente aceita o que
lhe é imposto, sendo assim mais fácil de ser manipulado, corrompido e
controlado.
Enfim, por essas e outras, ninguém
mais quer ser professor no Brasil! Não compensa.
Nosso sistema de saúde pública há
muito está falido. Pessoas estão pedindo socorro e, consequentemente morrendo
nas filas de postos de saúde e de hospitais. Faltam medicamentos, vagas em
leitos hospitalares e profissionais qualificados. Além dessa calamidade pública
existe a falta de ética de muitos que se dizem “profissionais”, pasmem,
funcionários fantasmas, ou seja, pessoas que somente aparecem para bater o
ponto, sabedores de que no final do mês seu alto e não merecido salário estará
depositado em suas contas bancárias.
Tudo o que foi mencionado acima, é
reflexo do legado que nossa geração transmitiu à sua geração. Por favor,
desculpem-nos, nós falhamos.
Você gosta deste retrato do Brasil?
Nós também não. Porém, cabe a todos nós uma mudança radical de atitude.
Parece que a juventude acordou para a
catástrofe política e social do Brasil. Não é momento de celebrar nada. É o
momento de exigir das autoridades uma posição e uma conduta decente e
condizente com o papel que se dispuseram a desempenhar.
Não se engane, o que é mostrado nas
novelas e nos filmes não é a realidade. Tudo o que foi visto e dito até agora
sobre o Brasil é a realidade.
Todos temos que mudar nossos
propósitos, nossa forma de ver a política. Sé é a política que governa nosso
país, então é preciso saber votar. Não se pode votar sempre nas mesmas pessoas,
nos mesmos partidos. Chega da mesma coisa sempre! Abaixo as oligarquias declaradas, abaixo os carreiristas políticos
e profissionais em negociação de votos. Vamos votar para um Brasil novo, já sem
a presença dispensável das sanguessugas e dos vampiros sociais de sempre. Há
que se ter políticas públicas e sociais
efetivas. O Brasil precisa de gestores decentes, honrados e voltados ao bem
comum, não de políticos com suas politicagens, com seus votos favoráveis a que
colegas bandidos continuem atuando como
representantes do povo.
Quem sabe, no futuro, numa semana da
pátria dessas, ainda nos reunamos para celebrar mudanças ocorridas em nosso país, mas, por
ora, não há nada para se comemorar, pois ainda fazemos parte de um sistema. Estamos atrelados
a ele e não há como fugir.
Mas tudo vai mudar, pois tudo no
mundo tem um ciclo e chegou a hora de mudar!
Nesta semana da pátria, em especial,
vai uma vaia bem grande para o sistema corrupto e desleal que domina o Brasil!
Talvez, daqui a alguns anos possamos homenagear nosso país da forma como se deve
fazer a uma democracia justa, correta e honesta, enfim, uma “pátria” de
verdade? Tomara.
Professores
e funcionários da E.E.B. Norma Mônica Sabel.
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